domingo, 25 de novembro de 2012

Pra acabar de vez com essa de ficar calado


  Já faz quase uma semana que eu vejo as pessoas se posicionarem sobre as cotas. Acho digno e proveitoso que queiram se expressar. Mais proveitoso ainda é o meu direito de perguntar : Qual é o seu problema?

  É triste saber que a sua origem não é humilde o bastante para você fazer uso da pequena brecha aberta para pessoas que teriam que triplicar seus esforços para conseguir o que os seus pais sempre tiveram a oportunidade de te oferecer? Sinto muito.

  Sinto ainda mais por eu ter tido (muitas e muitas vezes) que ir estudar sem café da manhã. da mesma forma que já fui sem mochila, já fui sem sapato e já fui só com um lápis e um caderno velho. Sinto muito ter ouvido piadas ridículas sobre a cor da minha pele ou sobre o meu cabelo. O curioso é que ainda escuto. Sinto muito não ter vindo de uma família tradicional burguesa e não ter tido a oportunidade de me alienar. Sinto muito nunca ter engolido o darwinismo social como querem que eu engula.

  Você veio de origem humilde e se considera pobre, mas não teve a oportunidade de entrar com cota na universidade? Repense o que é ser pobre. Já repensou, ainda se considera pobre e se orgulha de não ter entrado com cota? Parabéns, você é uma minoria, do mesmo modo que não é preto, indígena ou pardo. Acha que todas as pessoas deveriam ser como você e cota é porta de entrada pra vagabundo? Parabéns, se nada der certo você pode atuar como marionete do capital.

 Enfim, de cotista preta (que não se sente menos capacitada) pra quem quer que seja, vou te contar uma coisa: Não tem muitos negros fazendo arquitetura. Tá chocado? Eu não. Tenho certeza que se vontade fosse o bastante pra alguém ter oportunidade essa realidade seria diferente.

A voz que o meu sangue tem


E pra quem acha que o movimento negro é pura histeria

Se nós, negros,
de cor, alma e sangue
gritarmos com força e coragem
talvez você ouça o grito
de todos os negros de cor, alma e sangue
que foram torturados.

Silêncio!
E escuta a voz que a minha pele tem.

Não mudo o meu cabelo,
nem nego ou mascaro a pretura da minha pele.
Dentro do meu orgulho mora coragem
e isso tudo está em mim.

E. F

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ask me one more time

E quem vai me salvar quando você se for?

quem vai machucar você quando eu me for?

Eu faço isso tão bem
ninguém faz isso melhor do que eu

Eu sei que eu te amo em algum lugar e de alguma forma

mas não pode ser aqui na frente de todos eles
Eu não posso ser tão boa assim

é muito errado ser ruim?

Só quando eu vejo você
Eu sei que nasci de dentro para fora
Eu fecho meus olhos, porque é só quando eu vejo você.


Ester Fidelis

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

É tudo um punhado de elefantes

  Tenho desligado meu piloto automático, feito novas descobertas. Paixão por elefantes, lado esquerdo, aviões, tal como aeroportos. Também tem pontes, passarelas e arquitetura hospitalar. Adquirir novos olhares no meio de uma rotina engessada se faz quase vital. Não que isso me torne feliz ou me baste, mas tenho um punhado de contentamento momentâneo tão envolvente que relaxo e esqueço. 

Ester Fidelis

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

C.D.A.S

Chorei enquanto dormia.
Dormia enquanto te amava.
Enquanto te amava sonhava porque não tinha tempo pra perder.
Enquanto eu não tinha tempo pra perder
eu chorava que amava
enquanto dormia que sonhava.
E nós?
Perdidos no tempo que eu não tinha

E. F