terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Monstro I

“Por dentro também eu estava preparada para dizer, um pouco porque eu não aguento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece, eu preciso me cuidar para não assustar você. Então eu cuido devagar tudo que digo, porque eu quero que você venha outras vezes, e eles dizem que se eu mostrar toda essa angústia que sua falta me causa, você vai ficar apavorado e nunca mais vai aparecer nem telefonar.”Caio Fernando Abreu

Sinto falta de fazer poesias descuidadas
Aquelas com palavras doces e letras rabiscadas
Mas nada me preocupa
A certeza de que minha bondade e dedicação ainda continuarão a me trazer de volta
Cuidado devotado, tão friamente calculado, destribuido em doses homeopáticas
De certo que favoreço certos rostos, dentre eles certos sorrisos
Duelo que travo frente ao meu íntimo
Ele diz que é por mim, eu digo que é pelos outros
No fim, concordamos, É por nós
Por mim e pelo os outros.


Não faz o menor sentido te dizer essas coisa, mas pensei, se um dia foi capaz de ouvir o som da minha voz, talvez agora entenda o que eu de fato estou a dizer. Espero que entenda que a questão a ser tratada nessas poucas linhas não é dizer nada, mas ser ouvida em alguma coisa.

Espero que ainda reconheça meus agudos e graves. Com um carinho homeopático, Mr. Cellophane.

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