quinta-feira, 26 de julho de 2012

Maybe

''Maybe someday you will love me. But I don't think that I can wait.''


Acha fácil? Experimenta.

Tudo é tão simples que julguei não carecer de explicações. O que posso dizer? Basta ver com calma para perceber o padrão que se estabelece. Sim, tudo não passa de um plano devidamente arquitetado e não tão bem executado. Se eu aparecer sempre pode se cansar, se eu sumir pode parecer descaso. Oscilo entre os dois e me torno confusa. Por isso, concluo em tom de justificativa nas palavras de Tolstoi:  Se '' difícil é amar uma mulher e simultaneamente fazer alguma coisa com juízo'', imagina amar você?

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Isso é tudo (?)


Eu queria ter pedido para não desistir.
Para ficar mais um pouco,
resistir mais um pouco.
Cedi.
Deixei você ir.

Eu não podia lutar sem promessas na manga
que não pudesse cumprir.

Amanhã vou sentir a dor de uma perda
e fingir que não vi.
Selar o nariz,
esfriar o corpo,
dizer eu sabia

Mascarar minha fraqueza
com imensa franqueza
que não coube em mim.

Vou dormir lentamente,
aceitar a derrota,
pois presumo
é o fim.


Ester Fidelis

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Caro Egoísmo,
o problema não foram suas escolhas, nem tão pouco os exageros dos atos. A discrepância entre discurso e ato, isso sim foi insustentável. Seu silêncio ensurdecedor foi o que calou a voz do afeto e até hoje há quem diga que o seu momento é de descaso.

Ester Fidelis

quarta-feira, 11 de julho de 2012

CHEGA!


Chega.

Nada que se entenda, nada que se justifique.

Nada que se perdoe.

Chega.

Tire o controle das mãos porque a programação chegou ao fim.

É com o meu povo que quero viver.
Com quem sabe de mim
e não mais com quem esquece os seus.

Devo muito a todos que seguraram as minhas lágrimas
e são com esses que quero chorar ainda mais.
Comemorar cada gota de conquista.

Chega.

Esses de quem você descuida eu os tomo para mim.
O meu povo não escutará o eco da própria voz.
O meu povo contará com gente de verdade.
O meu povo escreveu o significado de:
Fidelidade, companheirismo e amizade.

O meu povo sou eu e eu, eles todos.

Zás.

   Os dias estão corridos e nessa correria louca eu não arrumei tempo para ser uma pessoa melhor. Você entende, né? Eu sei que sim. Nós nos entendemos sempre, mesmo assim eu tinha que dizer. Não quero ver  você por aí pensando que me esqueci. Eu não me esqueci, de modo algum. Tudo é uma questão de tempo. Um dia vou me livrar dos meus excessos. É que eu te amo tanto que fica difícil poupar no carinho. Você entende, né?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Operetta

Acabo de crer que meu coração não nasceu com unidade. Peguem seus assentos e todos serão amados.

Pérfido

Tenho um 'maquiavelismo' encarnado. Me cabe bem o doce gosto da psicopatia. Pena. Me faltou todo o resto.

João-de-barro

   Me proponho sempre a escrever. Escrevo com fidelidade as inverdades que me ocorrem. Claro, não me esqueço do respeito que devo às verdades que invento. Sim, essas também escrevo-as todas. Como João-(Manuel)-de-Barro(s) em grau maior forjo palavra por palavra e eis aqui uma pessoa se entregando.

A Princesa e a Ervilha

   Lá estava a Ervilha. Sozinha e largada como a última migalha desprezada no prato. Aquela migalha capaz de ser devorada em um instante só pelo prazer do estranho ato de devorar. E assim seguiu a Ervilha. Se pôs  à prova na esperança de um consumo rápido e imediato. Foram tantas mãos que não se pode contar os dedos. Ficou lá, curtida entre o amargor de ser abandonada e o mofo que a esperança lhe deixou pelo desejo de ser tragada.

   ''Ninguém? Será possível que a cobiça de tantos olhares não bastará nunca?'' Pensava sempre. Então ela viu o reflexo de si mesma Não estava no prato particular de alguém, muito menos tinha feito parte de algo maior (uma refeição). Sua vida era uma vitrine . Sentiu-se perder o valor.

   A Princesa. Dessa não sei ao certo. É tudo do pouco que se ouve. Se me fosse permitido dizer, eu diria: ''Seu sorriso de tão terno e quente, quase suave, inunda.'' E o encontro deu-se assim.

   A Ervilha ressentida, agora uma ervilha, não se movia mais. A Princesa bem disposta sempre encara com a cara escancarada por sua alegria. Questões e questões, por elas mais elas foi que se colocou a questionar. ''O que faz de você tão especial que não pode nem por um minuto pensar em me amar?'' Pergunta a Princesa. ''Tudo o que fez de mim um nada absoluto''. Responde a Ervilha.

Memórias de uma puta

 Geme.
E a cada respirada:
Sua puta!


Eu sei que você gosta.
Como? Se nada para ela lhe chegava com agrado.

Não.
Gosto de plástico,
cheiro de plástico,
cor de plástico.
Falso.

Um segundo.
Não quero mais.
Agora tenho para quem voltar.

E o animal ferido (a puta) parou de sangrar.