segunda-feira, 9 de abril de 2012

Se eu fugir e sair talvez eu chegue aí.

Enquanto antes eu saí em busca do vazio, agora saio para me achar. Não me achar no sentido de me conhecer, mas talvez no sentido de me (re) conhecer. O que estou tentando dizer é que hoje quero me inserir.

Sei que é bom ser de algum lugar, estar em algum lugar ou ser de alguém. Posso dizer isso porque vim de algum lugar, já estive em algum lugar, assim como também já fui de alguém. Essa é a justificativa do meu estado cheio de certezas. Contudo, se me inundo de tais convicções porque não me sinto contemplada com o prazer da satisfação? Bom, de certo tenho me inundado de certezas, entretanto, dia após dia só me ponho a aterrar de questões. Se você é assim como eu, saiba que a firmaza de um casa se encontra tanto em suas estruturas quanto no solo em que se ergue.

Com a cabeça vazia  e não esvaziada, o que é pior, percebo a presença do sol quente queimando meu corpo. Não sinto meu peito pesar. Minha consciência falha, minha morada flutua. E se essa ausência for o que me torna real? Ou seja, se essa ausência (que será definida depois) for parte da minha essência não poderia eu mudá-la. Admito ter conhecimento da corrente de pensamento que diverge dessa afirmativa. Mas  ignorando-a afim de adotar minha suposição como verdade, eu não teria como escapar desse vazio que tanto falo. Seria o fim da minha busca para sempre. Seria o fim da minha maior motivação para escrever. O fim.

Trágica? Eu diria, poeticamente dramática.

Eu não possuo um objetivo conclusivo para o que estou escrevendo. É melhor não esperar um fim, nem eu sei se uma hora ele virá. Enfim, continuando. Eu não faço a menor idéia do que digo e, mesmo que um dia venha a saber, nada teria o que fazer com este conhecimento. Dito o dito, mesmo assim, alguns ainda esperam que eu compreenda a significância dos meus atos. Foda-se! Eu não sei o que estou fazendo. Tudo o que espero é não morrer agora sem ter feito tudo valer a pena. Cômico. Uma boca que sempre abre para dizer que nada tem agora está com medo de perder tudo? Quer saber?Pra porra com minha extravagâncias emocionais! Pra porra com minha racionalidade irracional! Pra porra se eu me contradisser, se eu disser e (des)disser. Foda-se. Eu não sei mesmo o que estou dizendo.

Foda-se tudo realmente, porém, entendo que preciso tomar uma direção. Acabei por me decidir seguir minha natureza livre. Normalmente todos se julgam livres mesmo antes de vir ao mundo, entretanto, eu não poderia dizer que era livre antes de me decidir ser livre. Todos os dias, não importa como fosse, não importa quem fosse, eu tinha que ter para mim. Eu tinha que amá-la. Ser livre dentro das minha palavras significa ser desejante independente do obejeto, ou seja, ser desejante de um qualquer em função de mim mesma.

No fim, seja livre ou não, tudo o que quero é não me sentir mais sozinha. Porque não importa o que for, familiar ou desconhecido, a incapacidade de me apegar é igualmente sentida. Eis aqui por fim a delimitação do que em mim é ausente.

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