sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Quantas vidas queremos ter

Eu sou de ser pra sempre.
Porque na vida tudo cabe.
Não corro atrás,
perco de vista, mas é assim que a vida é.
Larga.
O demônio de uns,
a alegria de poucos e
a indiferença de muitos.
Eu sou.
O ser de ser pra sempre.

sábado, 1 de dezembro de 2012

A sorte de ainda termos o ainda

  Deveria ter ficado mais um pouco e sempre vou achar isso, mas só uma parte de mim. Eu não como direito sem você e nem seco o cabelo como se deve antes de dormir. A gripe mal curada? Ainda tá aqui. Não faço tudo o que deveria e sempre me atraso pras aulas.Tudo birra. Ainda quero que me note. Ainda quero. Ainda.

E.F

domingo, 25 de novembro de 2012

Pra acabar de vez com essa de ficar calado


  Já faz quase uma semana que eu vejo as pessoas se posicionarem sobre as cotas. Acho digno e proveitoso que queiram se expressar. Mais proveitoso ainda é o meu direito de perguntar : Qual é o seu problema?

  É triste saber que a sua origem não é humilde o bastante para você fazer uso da pequena brecha aberta para pessoas que teriam que triplicar seus esforços para conseguir o que os seus pais sempre tiveram a oportunidade de te oferecer? Sinto muito.

  Sinto ainda mais por eu ter tido (muitas e muitas vezes) que ir estudar sem café da manhã. da mesma forma que já fui sem mochila, já fui sem sapato e já fui só com um lápis e um caderno velho. Sinto muito ter ouvido piadas ridículas sobre a cor da minha pele ou sobre o meu cabelo. O curioso é que ainda escuto. Sinto muito não ter vindo de uma família tradicional burguesa e não ter tido a oportunidade de me alienar. Sinto muito nunca ter engolido o darwinismo social como querem que eu engula.

  Você veio de origem humilde e se considera pobre, mas não teve a oportunidade de entrar com cota na universidade? Repense o que é ser pobre. Já repensou, ainda se considera pobre e se orgulha de não ter entrado com cota? Parabéns, você é uma minoria, do mesmo modo que não é preto, indígena ou pardo. Acha que todas as pessoas deveriam ser como você e cota é porta de entrada pra vagabundo? Parabéns, se nada der certo você pode atuar como marionete do capital.

 Enfim, de cotista preta (que não se sente menos capacitada) pra quem quer que seja, vou te contar uma coisa: Não tem muitos negros fazendo arquitetura. Tá chocado? Eu não. Tenho certeza que se vontade fosse o bastante pra alguém ter oportunidade essa realidade seria diferente.

A voz que o meu sangue tem


E pra quem acha que o movimento negro é pura histeria

Se nós, negros,
de cor, alma e sangue
gritarmos com força e coragem
talvez você ouça o grito
de todos os negros de cor, alma e sangue
que foram torturados.

Silêncio!
E escuta a voz que a minha pele tem.

Não mudo o meu cabelo,
nem nego ou mascaro a pretura da minha pele.
Dentro do meu orgulho mora coragem
e isso tudo está em mim.

E. F

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ask me one more time

E quem vai me salvar quando você se for?

quem vai machucar você quando eu me for?

Eu faço isso tão bem
ninguém faz isso melhor do que eu

Eu sei que eu te amo em algum lugar e de alguma forma

mas não pode ser aqui na frente de todos eles
Eu não posso ser tão boa assim

é muito errado ser ruim?

Só quando eu vejo você
Eu sei que nasci de dentro para fora
Eu fecho meus olhos, porque é só quando eu vejo você.


Ester Fidelis

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

É tudo um punhado de elefantes

  Tenho desligado meu piloto automático, feito novas descobertas. Paixão por elefantes, lado esquerdo, aviões, tal como aeroportos. Também tem pontes, passarelas e arquitetura hospitalar. Adquirir novos olhares no meio de uma rotina engessada se faz quase vital. Não que isso me torne feliz ou me baste, mas tenho um punhado de contentamento momentâneo tão envolvente que relaxo e esqueço. 

Ester Fidelis

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

C.D.A.S

Chorei enquanto dormia.
Dormia enquanto te amava.
Enquanto te amava sonhava porque não tinha tempo pra perder.
Enquanto eu não tinha tempo pra perder
eu chorava que amava
enquanto dormia que sonhava.
E nós?
Perdidos no tempo que eu não tinha

E. F

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

kjgxzalhmbdsalhkrf. Entendeu?

  Me chamo Ester Fitelis Cordeiro, autora dos textos postatos aqui. Hoje só quero conversar porque me sinto  carente e solitária.

  Sempre imagino com quem estou dialogando ou monologando enquanto tenho me deticato ao blog. Me bate a curiosidade de saber se ententem o que eu digo, se sentem dificultade em ler meus textos, se são cansativos e sentem prequiça de terminar o que foi compartilhado. Espero que sintam-se sempre encorajados a terminar, pois é a única esperança que tenho de ser ententida.

  Quando eu era criança escrever era fácil, mas só porque não se tratava de um hábito diário. Ler meus textos? Ah, isso sim era difícil. Ainda mais quando eu não tinha boracha. Escrever aqueles famosos bilhetes de amor pra mamãe sempre tinha que vir acompanhado de um grito de socoro, dela, é claro. E olha que eu sempre fui esforçada. Vocês só não imaginam o guanto.

  Pensando agora  vejo que era a única coisa que eu poderia fazer, visto que, lutar contra meu cérebro não adiantaria. Por que? Ora, se chegaram até aqui movidos pela curiosidade sou grata em explicar. Meu cérebro simplesmente confunde algumas fonéticas. Essa dislexia é bem comum entre pessoas com habilidades plásticas*, fato quer não me importa. O que me importa é saber disso e me alavancar com esse conhecimento, até ontem. Até ontem eu me orgulhava de nunca ter deixado esse aspecto da minha vida me parar, entretanto, hoje eu gostaria (não exatamente) que tivesse me parado, só e não somente, por sentir saudades dos ontens que vivi.

  Eu não quero ser conclusiva. Eu ainda troco as palavras quando escrevo, ainda vivo o presente em função do futuro, ainda não aprendi a voltar para o passado e nem devo, ainda sinto medo e saudades arrasadoras. Vou deixar assim sem end. Só vou tá? Só vou.


*Pesquisas na internet apontam esse indicador 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Se eu quiser falar com Deus... tenho que gritar pra caralho

  Acontecimentos recentes me fizeram lembrar de fatos passados, que por sua vez me fizeram perceber uma recorrência:

  Pessoas com a língua maior que o coração não param de aparecer.

  Não sei, mas acho que Deus depois de fazer Adão acabou perdendo a mão. Sim, eu sei que não deve ser fácil manter o padrão de qualidade depois de bilhões de anos, só que porra, depois de tocar o terror e inundar a humanidade achei que fosse pegar no tranco.  Ao invés disso Deus continua fazendo cagada atrás de cagada. 

  Tu tá me ouvindo? Livre arbítrio uma ova! Faz pessoas com caráter incontestável, compromissadas com o próximo, que acima de tudo, se sintam responsáveis por suas próprias palavras e incondicionalmente felizes  que eu durmo e acordo a hora que o Papi quiser. Na boa, eu não tô aqui pra menos que isso. Você é democrático na sua criação? Beleza, só que eu não quero ter que conviver com suas excentricidades. Dá pra filtrar? Eu tô passando. NÃO QUERO NA MINHA V-I-D-A! Eu acredito nelas, ô caralho. Elas prometem e eu acredito, elas dizem e eu acredito. É revoltante quase.

  Eu sei, eu sei. Desculpa aí, é o tom de voz, né? Sei que o Altíssimo não tem culpa (como eu também não). Poxa, língua maior que o coração tinha mesmo que ser a doença da contemporaneidade? Não rolava um surto de verdade na galera? O que foi? Oi? Você não aguenta a verdade? Ah, não aguenta não? Então vou te contar uma coisa:

Senhor Pai todo Poderoso, VOCÊ CAGALHOU A HUMANIDADE.

Não me chamo Dalila

Não faço de mim seu Cavalo de Troia.
Seu inimigo amigo,
seu presente bandido.

Pelo carinho que nos devo
e ainda sinto
vim em paz.

Verdadeiramente em paz.


E. Fidelis

Etc e tal

Eu já fui puta, alcoólatra, mendiga.
Já fui esnobe, esbelta e bandida.
Já fui artista, cronista, desenhista, romancista.
Já fui política, ateia e socialista.
Já fui mesquinha e egoísta e trapaceira.
Já fui dele, dela e deles.
Já fui  cabeluda, careca e cabeluda outra vez.
Já fui esperta, burra, já fui estúpida.
Já fui encubada, já fui assumida, agora sou discreta.
Já fui caso perdido, já fui caso achado, já fui somente um caso.
Já fui amiga, já fui inimiga, já fui largada e traída.
Fui enganada, abusada e sofrida.
Fui reprimida, oprimida e banida.
Fui tanta coisa que não me lembro.
Tanta coisa também já fui que não me posso esquecer.
Já fui isso e fui aquilo, mas nunca fui sua. Sua eu nunca fui.

E. Fidelis

Então, faz sentido?

  Se a vida é determinada por retalhos temporais preenchidos de experiência, talvez nós (seres viventes) sejamos simples ampulhetas, certo? Se o sentido se extingue, possivelmente é porque o último grão de areia já caiu, certo? O que conclusivamente nos faz pensar que só nos resta virar do avesso, certo? Certo ou errado, tente.  Uma vez eu ouvi que se uma coisa não tem sentido é porque ela pode dar sentido a tudo. Agora a vida faz sentido, né?

E. Fidelis

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Perdida

  Hoje fiz o mesmo caminho que faço há cinco anos para chegar em casa, mas me vi completamente perdida. Esqueci de como voltar pra casa. Me esqueci de como comer quando se tem fome. Me esqueci de como dormir quando se tem sono. Me esqueci de como beber quando se tem sede. Me esqueci de tudo o que é importante, simplesmente esqueci.

E. Fidelis

sábado, 22 de setembro de 2012

O dia em que a Terra parou

Hoje foi o dia em que a Terra parou.
Foi o dia em que me demorei sem saber se chagava em casa.
Foi o dia em que a perspectiva de nunca chegar não me assustava.
Hoje foi o dia em que recusei poesia.
Foi o dia marcado para mim (pobre ordinária sem sorte) fazer a minha própria.
O dia em que o não se fez sim em trinta segundos também foi hoje.
Tudo hoje, não como sonhei, mas tudo o que sonhei.
Uma felicidade incompreensível, neste instante, quase depressiva.
O dia em que quase tive a certeza de te ganhar.
O dia em que o medo de ser por mim e só por mim me assombra.
Tudo hoje.
No dia em que a Terra parou.
A Terra parou e eu corri sem pressa de chegar porque já não tinha mais o que fazer.
Pra onde ir? Muito menos.
Isso tudo no dia em que a Terra parou.

E. Fidelis

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tal como eu, tal como nós.

  Tem dias que escrevo textos bem elaborados, carregados de pensamentos, nem sempre coerentes ou lineares, mas sempre preenchidos  de tantas coisas. E tem dias que escrevo textos bem elaborados, carregados de pensamentos,nem sempre coerentes ou lineares, mas preenchidos de coisa alguma. São justamente esses que sacudo como tapete, são justamente destes que me saltam frases - não soltas- transbordadas de sentido. Nesses dias eu estou mais em mim e por isso não sinto necessidade de contextualizar, de explicar em que circunstâncias essas frases ganharam vida. Nesses dias a condensação de diversos sentimentos em um único período me energiza. É a arte de criar para si. Raro momento em que a compreensão fico ao gosto do freguês. Em dias assim me entenda como quiser. Em dias assim as frases que saltam são livres, tal como eu.

E. Fidelis

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Síndrome de Peter Pan

  Oi, eu sou a criança que cresceu rápido demais.

  Descobri que possuo certas habilidade 'especiais' que algumas pessoas chamam de talento. O curioso é que isto deveria me favorecer. Não favorece. Faço muitas coisas sozinha, mas tenho medo. Gostaria de poder não fazer, entretanto, não sou mais criança porque cresci rápido demais. É o que dizem. Hoje me responsabilizo por questões que não são minhas e por isso me sinto pressionada. Não sempre. Todos dizem que eu aguento, então, só por isso eu aguento. Tudo bem se acham que eu tenho força para fazer o mundo girar ao contrário. Pura bondade. Dizem que a bondade é generosa e democrática, sendo assim, quando vai chegar minha vez? Também quero descansar.


                                                                                        Ass.: A Criança Que Não Quer Morrer de Tanto Crescer.





E.Fidelis

''Pequei senhor mas não porque hei pecado'' ( Mattos, Gregório de)

- Padre, pequei.

-Pode fazer sua confissão, meu filho.

- Eu desejei mal ao próximo e sei que é pecado, mesmo sendo humanamente justificável.

-Justifique-se, meu filho.

-Fui humilhado publicamente e inferiorizado cruelmente. Justo por quem alimentei e acolhi, padre.

-Adão e Eva também traíram a confiança de quem os amou primeiro.

-Padre, subjugaram meu talento. Por que tinha que ser a mulher que amei? Por isso desejei, desejei em dobro sim padre, devolver tudo o que ela me fez.
(suspiro)
Falando em talento subjugado, acabei a Capela Sistina. Espero que goste.
-você é Michelangelo?

- Eu mesmo.

- Pode ir meu filho, está absolvido. [...] E dá o troco nessa vaca.




E.Fidelis

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Para ganhar o dia


Passar o dia.
Gastar o dia.
Ganhar o dia.

Você, ela e eu.

Rir, chorar,
rir outra vez para depois chorar.
Chorar de tanto rir.

Eu você e ela,
só eu você e ela.

E. Fidelis

domingo, 16 de setembro de 2012

Eu amo elefantes

'As pessoas dizem que sou estranha, que não tenho coração, que meu coração é do tamanho de uma ervilha. Eu tenho coração. Eu amo elefantes.'


E. Fidelis

sábado, 15 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tempo morrido

Todos os dias que sofrer por alguma coisa que morreu será perdido.
De todos os dias só em um aprendemos uma lição valiosa,
o dia em que nos libertamos e vemos que é possível seguir em frente

Ester F.

sábado, 8 de setembro de 2012

TPM

‎'Tem vezes que eu definitivamente não suporto o conflito que travo com a mulher que mora em mim'

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Quer desistir hoje?

- Oi, como foi essa semana?

- Foi tranquila e até muito boa... como sempre.

- Quer desistir hoje?

- Não.

- Por que? Como pode continuar vindo ao consultório mesmo depois da alta?

- Só pra te ver.

- Você compreende a problemática disto, não compreende? Eu sigo uma conduta ética de puro profissionalismo, o que em todo caso inviabiliza seus desejos. Sou sua terapeuta.

- E eu seu paciente.

- Se eu pudesse te prescrever esse tipo de coisa, eu te prescreveria um amor menos idealizado.

- Limite-se a me perguntar se eu desisto e eu limito-me a responder sempre não.

Ester Fidelis

Mantra

Me acalmei respirando fundo.
De tão fundo mergulhei em mim.
Me reencontrei,
te reencontrei.
Me lembrei de quem tenho amado.
Sorri, fiz careta, sorri.
Respirei fundo.
Agora já calma abri os olhos.
Escolhi você mais uma vez
e torci para que dessa vez fossemos-só- felizes
(mesmo sabendo que a infelicidade tem sido toda minha).

Ester Fidelis

Pare!

Se você chaga na beirada e não pula.
Se você fecha os olhos e não sonha.
Se você erra e não se desculpa.
Se você entende, mas não sente.
Pare!
Você está fazendo muito pouco da vida.

Ester Fidelis

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ah, é?


''- Aí,meu Deus!! O que é isso verde na minha mão?! Espera, isso verde é a minha mão. O que (coach) está (coach) acontecendo comigo (coach)?! Eu virei um sapo, Senhor Deus?! Tinha que ser eu?? Por que EUUUUU?!?!?!?!?!?!?!

- Geraldooo, você sempre foi sapo! Volta pra cama, Geraldo.

- Ah,é... EU SEMPRE FUI SAPO.''

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Deixa que eu atendo

Triiiiiiiiiiim, triiiiiiiiiiiim, triiiiiiiiiim...

- Alô.

- Oi, sou eu. Deu saudades. Tudo bem?

- Desculpa, quem tá falando?

- Sou eu, Maria, o Gustavo.

- Sabe que é quase impossível estar com saudades, não sabe?

- Mas estou.

- Você sabe quando nos falamos pela última vez , né?
Não dá pra ter saudades. Na verdade, se tratando de você é melhor não duvidar.

- Que horror, Maria! Eu não posso sentir a sua falta? Eu tenho coração.

-Ué?! Claro que pode. Mas depois de um ano você não acha tarde demais?

(-Amor, quem é?!?!?!?!)

- Ninguém!!! Tchau, Gustavo.

Tuuuuuuuuuuuuuuu.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Só para os íntimos

  Se sou humilde em excesso me acusam de falsa modéstia. Se sou confiante demais dizem que sou esnobe. Quer saber? Estão certos. Por vezes faço uso da falsa modéstia tanto quanto sou esnobe para um punhado de coisas. Eu não me importo. Sei que o melhor de mim só fica para os íntimos, a cor da minha calcinha.

A arte de ruminar

  Acusam de pobre quem rumina o passado religiosamente. Incomodam-se todos. Não é questão de ser amargurado, rancoroso, melancólico ou nostálgico. É questão de ser. De se ter tudo muito bem pensado da próxima vez. A certeza sempre parece mais firme depois da primeira remoída. Quem sabe mais 6 ou 83?

Mais uma de pensar

  Agora eu entendi. Não é sono, não é fadiga,muito menos narcolepsia. É urgência. Sede incontrolável de gastar os meus dias para viver o amanhã. Estacionei. O hoje enquanto hoje não me interessa, só a curiosidade pelo futuro e as fotografias do passado me movem. Comovem. Distorcem a realidade do que deveria ser o presente. Loucura que ganhou força substituindo meu líquido plasmático. Ideia que pulsa enquanto permaneço prostrada esperando algo. Alguma coisa que não vi, cheirei ou toquei. Coisa que reconhecerei ao escutar. Uma velha amiga, quem sabe? Talvez alguém saiba o que me falta porque eu ainda teimo dizendo que é você.

Notas de um idiota

  Bom dia. Quis começar o dia assim porque hoje, mesmo sem compromisso, acordei pela manhã. E preciso dizer que desejar bom dia ao acordar é coisa de gente normal. Quis estabelecer uma noção de normalidade acima da (minha) média.

  Eu nem preciso dizer que isso é uma enrolação, mais conhecida como introdução só para não enfadá-los antes de dizer o que realmente quero. Sim, minhas introduções não servem para situar ou preparar os leitores para o que vem a seguir, minhas introduções tentam garantir um tanto de conforto. Caso você largue a leitura após o primeiro parágrafo que tenha tido ao menos alguma satisfação, ou não.

  Porque estou dizendo tudo isso? Estou dando um tempo para criar coragem. Alguém acordou hoje sentindo ser o ser mais idiota do mundo.

  Olhei para os lados e me perguntei como fui capaz. Todas as manhãs permaneço na cama em média por duas horas depois que acordo. É lá que se concentra o meu potencial criativo/imaginativo. Brinco de manipular pseudo sonhos. Quando levanto deixo tudo apodrecer lá mesmo. Maldito hábito que sacrifica boa parte do meu dia. Sempre levanto com o corpo doído de tanta cama e quase sempre são manhãs inteiras para o meu vício.

  A intensificação das minhas manias psicóticas me fez perder o interesse no hoje. Só o que me interessa é estar dormindo. Necessidade ímpar de chegar ao amanhã e divagar sobre o ontem. Olha eu aí sendo idiota outra vez. Tudo teimosia, pura vontade de não viver. Sem razão alguma? Quem sabe?

  Eu poderia com justeza culpabilizar quem me açoitou e abateu minhas vontades. Todavia, mais justo seria acusar quem deliberadamente deixou-se açoitar. Bom, nunca cheguei a um acordo. São muitas verdades para a mesma questão. Me perco nisso e por fim me concentro em sumir. Idiota.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Maybe

''Maybe someday you will love me. But I don't think that I can wait.''


Acha fácil? Experimenta.

Tudo é tão simples que julguei não carecer de explicações. O que posso dizer? Basta ver com calma para perceber o padrão que se estabelece. Sim, tudo não passa de um plano devidamente arquitetado e não tão bem executado. Se eu aparecer sempre pode se cansar, se eu sumir pode parecer descaso. Oscilo entre os dois e me torno confusa. Por isso, concluo em tom de justificativa nas palavras de Tolstoi:  Se '' difícil é amar uma mulher e simultaneamente fazer alguma coisa com juízo'', imagina amar você?

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Isso é tudo (?)


Eu queria ter pedido para não desistir.
Para ficar mais um pouco,
resistir mais um pouco.
Cedi.
Deixei você ir.

Eu não podia lutar sem promessas na manga
que não pudesse cumprir.

Amanhã vou sentir a dor de uma perda
e fingir que não vi.
Selar o nariz,
esfriar o corpo,
dizer eu sabia

Mascarar minha fraqueza
com imensa franqueza
que não coube em mim.

Vou dormir lentamente,
aceitar a derrota,
pois presumo
é o fim.


Ester Fidelis

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Caro Egoísmo,
o problema não foram suas escolhas, nem tão pouco os exageros dos atos. A discrepância entre discurso e ato, isso sim foi insustentável. Seu silêncio ensurdecedor foi o que calou a voz do afeto e até hoje há quem diga que o seu momento é de descaso.

Ester Fidelis

quarta-feira, 11 de julho de 2012

CHEGA!


Chega.

Nada que se entenda, nada que se justifique.

Nada que se perdoe.

Chega.

Tire o controle das mãos porque a programação chegou ao fim.

É com o meu povo que quero viver.
Com quem sabe de mim
e não mais com quem esquece os seus.

Devo muito a todos que seguraram as minhas lágrimas
e são com esses que quero chorar ainda mais.
Comemorar cada gota de conquista.

Chega.

Esses de quem você descuida eu os tomo para mim.
O meu povo não escutará o eco da própria voz.
O meu povo contará com gente de verdade.
O meu povo escreveu o significado de:
Fidelidade, companheirismo e amizade.

O meu povo sou eu e eu, eles todos.

Zás.

   Os dias estão corridos e nessa correria louca eu não arrumei tempo para ser uma pessoa melhor. Você entende, né? Eu sei que sim. Nós nos entendemos sempre, mesmo assim eu tinha que dizer. Não quero ver  você por aí pensando que me esqueci. Eu não me esqueci, de modo algum. Tudo é uma questão de tempo. Um dia vou me livrar dos meus excessos. É que eu te amo tanto que fica difícil poupar no carinho. Você entende, né?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Operetta

Acabo de crer que meu coração não nasceu com unidade. Peguem seus assentos e todos serão amados.

Pérfido

Tenho um 'maquiavelismo' encarnado. Me cabe bem o doce gosto da psicopatia. Pena. Me faltou todo o resto.

João-de-barro

   Me proponho sempre a escrever. Escrevo com fidelidade as inverdades que me ocorrem. Claro, não me esqueço do respeito que devo às verdades que invento. Sim, essas também escrevo-as todas. Como João-(Manuel)-de-Barro(s) em grau maior forjo palavra por palavra e eis aqui uma pessoa se entregando.

A Princesa e a Ervilha

   Lá estava a Ervilha. Sozinha e largada como a última migalha desprezada no prato. Aquela migalha capaz de ser devorada em um instante só pelo prazer do estranho ato de devorar. E assim seguiu a Ervilha. Se pôs  à prova na esperança de um consumo rápido e imediato. Foram tantas mãos que não se pode contar os dedos. Ficou lá, curtida entre o amargor de ser abandonada e o mofo que a esperança lhe deixou pelo desejo de ser tragada.

   ''Ninguém? Será possível que a cobiça de tantos olhares não bastará nunca?'' Pensava sempre. Então ela viu o reflexo de si mesma Não estava no prato particular de alguém, muito menos tinha feito parte de algo maior (uma refeição). Sua vida era uma vitrine . Sentiu-se perder o valor.

   A Princesa. Dessa não sei ao certo. É tudo do pouco que se ouve. Se me fosse permitido dizer, eu diria: ''Seu sorriso de tão terno e quente, quase suave, inunda.'' E o encontro deu-se assim.

   A Ervilha ressentida, agora uma ervilha, não se movia mais. A Princesa bem disposta sempre encara com a cara escancarada por sua alegria. Questões e questões, por elas mais elas foi que se colocou a questionar. ''O que faz de você tão especial que não pode nem por um minuto pensar em me amar?'' Pergunta a Princesa. ''Tudo o que fez de mim um nada absoluto''. Responde a Ervilha.

Memórias de uma puta

 Geme.
E a cada respirada:
Sua puta!


Eu sei que você gosta.
Como? Se nada para ela lhe chegava com agrado.

Não.
Gosto de plástico,
cheiro de plástico,
cor de plástico.
Falso.

Um segundo.
Não quero mais.
Agora tenho para quem voltar.

E o animal ferido (a puta) parou de sangrar.

domingo, 17 de junho de 2012

Mais uma de incompreensão

Eu decididamente não compreendo a forma humana de gostar. Na sua maioria se trocam juras de fidelidade e companheirismo, porém, não há o comprometimento em cumprir com o dito. Tudo bem, é pelo direito de liberdade que se diz e desdiz sem culpa alguma. Mas que saibam todos, ser deliberadamente egoísta é como casar-se com o vazio e esperar que o mesmo nos preencha.

sábado, 16 de junho de 2012

Querido leitores...

Gostaria de me desculpar. Em primeiro lugar por estar deliberadamente evitando este espaço e por segundo, por não revisar meus textos. Prometo tentar ter mais cuidado para não deixar passar tantos erros de pontuação. Eu me sinto tão ligada emocionalmente com os textos que não consigo me desapegar para revisar com um olhar técnico, mas o farei. Ah, e a razão que me faz evitar este espaço? Explico quando voltar.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dia dos namorados?

Passado o dia dos namorados o que fica é a lembrança.
Estrelando, minha mama:

- Ester, eu queria um poema sobre os dias dos namorados.

- Mãe, grandes merda o dia dos namorados ¬¬. Eu não quero pegar poema nenhum.

-Eu não tenho culpa se você não tem namorado. Eu tenho.

pausa dramática...

- Olha, tem esse aqui que é bem legal....

sexta-feira, 8 de junho de 2012

As cartas que não entreguei

2.

 Anjo (desculpa, mas ainda não sou capaz de te ver de outra forma), ontem ao colocar minha cabeça no travesseiro lembrei de você com intensidade. Provavelmente não teve tempo de passar seus pensamentos por mim, porém, se o fez por um segundo garanto-lhe que fui capaz de ouvir. Caso não tenha feito, falha minha. Possível que eu tenha chacoalhado( agora percebo que nunca escrevi essa palavra) fortemente minha cabeça  e tudo não passou de lembranças lembradas.


  Enfim, é melhor que eu escreva tudo o que se passa na minha mente antes que a coragem se vá. Pensando em você me perguntei como anda. Sei lá, não sei se tem alguém que se interesse por seu dia, suas vontades, sonhos e futilidades como eu. Ainda me veste mal o papel passivo de ex-qualquer-coisa. Me pergunto se nisso tudo você não é quem está certa. Talvez dizer adeus sem pesar seja o caminho, mas por que eu ainda não o fiz? Creio que eu queira olhar fundo nos seus olhos antes de ir. Eu que sempre lhe acusava de má entendedora e é a mim que as meias palavras não bastam. E lá fui eu me desviar das motivações que me colocaram a empunhar a caneta. 

  Você já sentiu como se tudo que se ergue ao seu redor fosse falso ou ausente de conforto e em seguida desejou voltar no tempo em que você nem cogitava a possibilidade de tais questões? Às vezes procuro em mim certos momentos. Uns conquistei, mas outros ainda sinto me faltar para todo o sempre. Aqueles em que saber de você era divertido.Sinto falta de quando riamos como amigas. Sinto falta de quando riamos por ser bom. Eu era boa e você era boa também.


  É tão amargo tentar encontrar razões para seguir em frente. É tão chato não ter você na minha vida. Pensar que nos damos tão bem (e que já nos fizemos bem) torna o ato de renunciar um pecado. Só por isso sinto o desejo de querer ser sua amiga. Mas me desconforta a sua timidez sempre que tentamos nos reaproximar. Ok, talvez eu não ajude muito, mas quem pode me culpar? De tudo o que se foi só o vazio que a amizade deixou ainda incomoda. Deveríamos ter dosado na cumplicidade, não acha?

As cartas que não entreguei

  1.

  Eu quis ser livre e por isso fugi. Me escondi de você no canto escuro de uma praça mal frequentada. Vim buscar por solidão, mas agora todos os olhos que me rodeiam parecem me seguir. Como se fosse possível um ser se tonar mais importante do que qualquer trivialidade conversada. Bom, neste momento me parece bem possível. Isso faz com que eu me sinto cansada, com falta de ar. Sabe a última gaveta? A gaveta de tralhas? Eu me sinto a última gaveta. Por vezes acumulo tralha e pó, outras vezes acumulo pó e tralha. Tudo isso porque depositei minhas esperanças em um único momento que custa  a me abraçar. Deus, agora eu entendo. Eu sou o tédio.

  Escolhi por insegurança não abandonar o envelhecido. Marinei no mofado e acabei por me transformar no mofo. Acredito que o passado tenha a sua validade. Acredito não ser saudável revivê-lo mais do que o aceitável, mas é a única fumaça que tenho nesse exato momento. Não posso evitar de fumá-la.

  Tudo bem, não vou me apressar por tão pouco. Não tem razão para esquecer ainda. Ninguém me espera do outro lado. Sim, esse é o motivo. Me falta razão suficiente para esquecer , pois nunca fui de fazer por fazer. O desejo esteve lá quando me faltava explicação, porém, como agora ele se ausenta e, claro que também não tenho explicação, exito. Confesso que o ato de pensar na ferida tornou-se mais um hábito. Tranformou-se de maneira restrita em um ritual (sadomasoquista, admito) sem importância. Meus delírios estão perdendo o valor e a cada dia que passa sinto se aproximando a necessidade de continuar a vida. Deliberadamente me neguei a viver, mas não é com com vontade igual que se faz o caminho reverso. Depois que se opta pela não progressão da vida seu tempo desacelera. Se você não morre fisiologicamente, a natureza irá impôr. Tão certo como o Sol que se põe a nascer todas as manhãs, a vida precisa seguir seu curso e eu, obrigatoriamente tenho que voltar a viver.

  Bom seria se eu aceitasse tudo o que o acaso me dá com resignação. Nunca fui boa em ouvir. Nunca tive vocação para aceitar ordens. Nunca tive paciência para receber orientação. Na minha juventude mamãe sempre me dizia o que fazer, sentir e pensar. Hoje, mamãe que sempre dizia não fala mais. É, a sabedoria arrogante me caiu bem, por isso, convenci a todos que isso era bom. Agora choro amargamente na prisão que forjei com minha mente e ninguém até hoje veio me tirar de lá. 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

You’ll never gonna be alone

You'll nerver gonna be alone
enve if you don't see,
even if you don't say no
always have somone to count.
You're free to say no, but
why if you're also free to say yes?
Say yes and don't be afraid.
The tremor will pass because you're never gonna be alone
So, little girl
give to the world and life a little patience and in the end, the life plus the word, they'll give everything your dreams will dream.
I can't be there to see,
but i know,
i know somone will be there to see for me

terça-feira, 5 de junho de 2012

Beetlejuice,Beetlejuice,Beetlejuice!

A vida é dura, mas por alguma razão eu permaneço em pé. Tudo bem, estar de pé nunca foi a questão. A grande questão é se já morri e me esqueci de deitar. Seu eu pudesse desejar a partir dessa sentença, desejaria que de todo o modo fosse verdadeira. Assim teria paz. Só eu sei da angustia que me penetra a carne por permanecer ali, parada. Triste é tanto andar sem ter onde chegar. Vendi minha habilidade de sonhar para comprar força bruta. E de que me serve força bruta se desaprendi a andar na rua? Hoje sou andante de esteira. Presa em meus próprios pânicos quando tudo o que me bastava era estar presa em suas pernas. Quero que tudo vire fumaça. Quero a facilidade de poder tragar a vida toda em um só momento. Nada de um dia por vez. Vou encontrar quem queira enlouquecer e enlouquecer. Vou encontrar você que lê minhas palavras e entende o que eu digo. Eu vou, já que esqueci de deitar. Não importa o que, mas eu vou.
    

segunda-feira, 28 de maio de 2012

''O mundo perdeu a graça e  hoje eu vivo no tédio.As coisas são só coisas e não me distraem mais.Faço parte da mobília. Hoje o mundo perdeu a graça e o tédio vive em mim.''


e.

Mentiras verdadeiras

''Nunca pensei que fosse capaz de chegar onde cheguei. Pois é, aqui estou. Vivi muitos sentimentos em busca de um só. Tudo porque é normal ser feliz. Bem, aqui estou com minha habilidade. Hoje forjar felicidade tornou-se necessidade, meu bom dia para o mundo. Quem estou querendo enganar? Hoje, forjar felicidade é tudo o que sobrou do meu mundo.''



domingo, 27 de maio de 2012

''Na vida as únicas pessoas que importam são as pessoas que se importam com a gente. Desde modo, um foda-se de boa noite torna-se sempre justificável''

e.

sábado, 26 de maio de 2012

Não vale a pena



Sou uma compota

    Sabe aquele pote de doce cujo sabor você sempre ouviu falar, mas nunca provou? Então. Você resolve que o quer. O cheiro é bom, a aparência é boa e tudo parece promissor. Com a colher na mão você torce para que valha a pena. A colher é mergulhada até o cabo, você suja a ponta do dedo e o leva a boca. Que sorte do pote de doce cujo sabor você nunca provou, pois seus olhos se fecharam ao passo que suas papilas o degustaram. Era surpreendentemente bom. Algo lhe dizia que só pararia de devorá-lo no fim. Você o leva consigo para todos cantos. O pote se acomoda em suas mãos e ganha confiança. Pena. Você perde as forças antes do fim, só restando ao pote acreditar na promessa de regatá-lo da geladeira. Coitado. Ele é trocado e esquecido. As prioridades vão chegando, sendo o fundo da geladeira seu destino. À esquerda do pote coisas que você não quis mais, à direita mais coisa que você também não quis. Ele repete para si mesmo: ''Ela disse que voltaria, ela disse que voltaria.'' Claro que ela volta. Volta tantas vezes que não se pode contar, porém, nunca para o pote de doce de sabor único. Do pote só resta esperança e como nada é eterno, por fim a esperança se acaba. Você por alguma razão ou por razão nenhuma se lembra do sabor bom ao ver o pote. Você o pega, o abre e lá está ele morto porque azedou. Tarde demais, você está atrasada.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

domingo, 20 de maio de 2012

Promessas de um futuro que não veio, parte2


Sei o que procuro, mas não sei como viver. Te digo que foi difícil pra mim me entregar.
Mergulhar nunca é fácil. Arrisquei e adorei. Adorei você naquela condição. Agora me sinto
confusa por não saber onde vai dar. Só não quero que duvide de meu amor. Eu não entendo o
por que nos fazem distantes, por isso tenho medo. São coisas que não cabem à nós. Se eu ao
menos pudesse entender. Ou ao menos achasse que entendo. E disso nasce o problema: nâo há
outro caminho. Será que consegue entender que o meu maior medo é ir vivendo o que for sendo?
A vida não é o que eu pensava ser, não quero perder o que tenho. Como se explica, somente
porque não quero ver? Não quero ver. Ver está me deixando desorganizada. Acharei um modo,
mas se não fizer sentido? Queria me deixar guiar pelo que for acontecendo. Assim, "terei
que correr o sagrado risco do acaso. E substituir o destino pela probabilidade". Não sei
o que fazer com essa terrível confusão que pode me destruir. Porém, sei que quando estive
presa não estava contente. Serei a mais estúpida se falasse pra você: - Sou fraca.
Na verdade, sou, e sou a mais estúpida por pensar em falar. Peço que não me perdoe por ter feito
pouco caso de seu amor. Nunca. Não vejo outro sentido pra minha vida. Em mim qualquer
tentativa de pensamento esbarra em você. Quero ter coragem pra resistir, me ajuda à ter
coragem? Sei que não posso desistir, porque não quero desistir. Tudo o que escrevi pra você
não é mentira, crê em mim? Tenho uma dúvida: agora quem espera quem? De qualquer maneira,
estou aqui, pensando em você, em nossa casa, em nossos filhos, em nosso amor. Peço que não
me perdoe. Peço que nunca desista de mim.

                            G. 31/12/09 

Promessas de um futuro que não veio

Agora siga em frente
Ganhe seu mundo
Precisas fugir para ter paz
Precisas me deixar para ter paz
Pense que foi um sonho
E como todo, não se pode sonhar duaz vezes
Bom ou ruim
Me desculpa por ir
Sei que sou fraca
E que nunca vai me perdoar
Não veja, não pensa, não escute
Siga
Agora tem que ir sem mim
Eu sinto em te deixar
Lembra da primeira regra?
Cumpra a primeira regra.

              G. 30/12/09

sábado, 19 de maio de 2012


Desejo ao meu anjo um anjo também
Desejo ao meu amor um amor também
Felicidade, sorrisos, uma vida e docinhos

Trizilhões de beijos que alguém possa dar
Eu desejo os desejos recheados com beijos da fórmula dos beijos perfeitos
Abraços com encaixes em um corpo perfeitamente aquecido
Canções

Eu te desejo uma casa, cachorro, filhos e a peixinha do olhão
Desejo que tenha as constelações decoradas
Cada curva desenhada
em poemas entalhados no papel com carvão

Desejo que cada gota de lágrima e cada ponta de saudade
valha dez anos de sorriso
Eu desejo todos os desejos que ele possa te dar
E que você seja o único desejo que ele possa desejar
Assim, ele terá roubado tudo de mim
Só me restando encontrar no fim a paz

e.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

floreie

Floreie que eu devoro este teu casto hábito de ser só um e assim ainda luto contra a ideia de te esquecer, mas tento.

Ás tardes com um poema tolo

Te quero por capricho
Te quero por saber
Te quero sem vontade
Te quero por querer

E fez-se luz

Uma vez cometi um erro.
Dei a ela o que dificilmente dou a alguém.
Amor que amei ao amar enquanto amo.
Quase o cometi outra vez.
Eu quase quis te amar,
Mas você por gratidão se recusa a querer
O nada que nos temos,
cujo nada me convenci desejante
e ainda quero.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

CCJF, um espaço de visitação


Filme:
Home, nosso planeta, nossa casa

Após sofrer várias interferências humanas, todas as riquezas da Terra correm risco. Agora, a solução se mostra cada vez mais difícil de ser encontrada. Ao nos oferecer imagens inéditas de mais de 50 países vistos do céu, compartilhando sua admiração tanto quanto sua preocupação, Yann Arthus Bertrand propõe, com este filme, um desafio de superação para toda a humanidade.
Direção: Yann Arthus-Bertrand

Dias 01, 02 e 08,
às 17h e às 19h
R$1
Cinema
93 min


filme:
Diversidade em animação 2012 - 4° edição


Diversidade em Animação é o festival internacional oficial da Animação LGBT destinado aos cinéfilos, amantes de arte, cineastas e apreciadores dos desenhos animados LGBT em todo o mundo. Competição internacional de curtas, debate, mostras especiais e retrospectivas compõem a programação do festival.
Programação e classificação indicativa: www.diversidadeemanimacao.com.br
No dia 5, às 15h30, haverá o debate O Futuro do Cinema de Animação LGBT. Entrada franca com distribuição de senhas 1 hora antes.
Curadoria: Alexander Vinícius de Mello

De 04 a 13, das 14h30 às 21h30
(não haverá sessões nos dias 07 e 08)
R$12 e R$6 (meia)
Cinema


filme:
Mostra PUC de cinema

O CCJF e a PUC-Rio promovem uma mostra de curtas-metragens de documentário e ficção realizados por alunos do curso de cinema da universidade. A mostra apresentará 25 curtas produzidos nos últimos cinco anos e contará, ainda, com sessões de debates, possibilitando uma incursão na experiência da produção cinematográfica universitária.

Curadoria: Marcelo Taranto e José Mariani

De 12 a 14, quinta a sábado
Sessões às 15h e às 18h
R$2 e R$1 (meia)
Cinema


http://www.ccjf.trf2.gov.br/default.htm


sexta-feira, 4 de maio de 2012

O monstro sou eu

Não adianta. Eu sei que nenhum rasgo na pele vai trazer o perdão e a honra quer seja no pescoço, quer seja no pulso. Nada poderá diminuir a dor para ambos os lados, eu já tentei.

Eu poderia colocar a culpa em fantasmas, mas no fim eu continuaria responsável por toda a desgraça. Não há redenção para porcos, sei bem. Sendo assim, admito não ter nada nas mãos e deste jeito é melhor porque não tem nada que este corpo carregue que eu gostaria que continuasse vivo. É triste saber que nenhuma gota de sangue que pingar do meu corpo trará o conserto, eu já tentei.

Eu vejo uma saída em meio a de tantos erros, sendo esta a mudança. Talvez se eu me regenerar possa trazer de volta aqueles que a minha insensatez roubou. Mas tudo isso são apenas sonhos. Estou lutando pela necessidade de ser boa, pois se eu os perder para sempre esta será a única prova de amor que me restará.




Eu posso escutar ela dizer:
- Porque sua amiga vez isso?!
- Como eu vou saber? Aquela lá não é minha amiga.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sinto muito, essa é a minha distorção.

  Resolvi dar um tempo. Tem vezes que você corre tanto sem saber como levantar a cabeça para olhar onde está indo que acaba por entrar em ruas sem saída. Me recuso a me transformar em uma rua sem saída. 

  Eu tenho cometido erros irremediáveis, daqueles que fazem você ter vergonha de se olhar no espelho e ver quem você é. Não vou fazer de mim um mostro, eles que fiquem embaixo da cama. A bondade está na vontade de querer ser bom, eu acredito nisso. Então por isso resolvi dar um tempo e sair em busca da felicidade, na verdade, uma tentativa de me reencontrar. Tudo o que eu quero é redenção.

  Nada está bom, estou apodrecendo por dentro e tudo porque me deixei afundar em mágoas. Feri uma alma boa sem razão alguma, só pra prova pra mim que eu sou de fato ruim. Se ser ruim nunca foi uma escolha minha então não há razão para agir como tal. Exorcizar meus demônios, conseguir o perdão daqueles que eu traí, enganei, abandonei e me lembrar como é ser quem eu costumava ser. Vou sair, andar por aí até me curar desse mal, vou conseguir. Não vou desistir porque quero voltar.

  Um dia talvez eu tenha orgulho de mim, talvez um dia você possa dizer o mesmo.


  Por enquanto, essa não sou eu.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Quintal do Éden

Já sei andar sozinha.
Cresci com pé no chão.
Vim de lá num pingo de chuvisco,
donde carinho e espinho são do mesmo coração.

Mamei lama grossa.
Dormi sem ouvir anetodas,
sonetos ou canções

Já sei andar sozinha.
Quebrei a casca com o dente,
sou filha de serpente,
do ninho fui ao chão.

Nasci grande e madura.
Sei piar canção bem baixo
quase cheiro de molhado
como chuva de verão.

Se eu soubesse uma oração
Seria filha do barro,
mas como só pio baixo
vim das costelas de Adão

Já sei andar sozinha,
cresci com pé no chão.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Era uma vez o que nunca tornará a ser.

  Hoje eu gostaria de me permitir fazer uma apropriação, gostaria de contar a história de alguém. É sempre bom começar pela origem e o marco zero sempre é a família.

   A mãe tinha sofrido desde a infância com parentes que pouco a amaram. Foi obrigada a casar nova para não pesar nas despesas. Um erro quase fatal. O casamento que surgiu como um rémedio ruim não pareceu ao longo dos primeiros anos um negócio tão arriscado. Talvez tivesse futuro caso não fosse umas conexões cerebrais falhas, esquizofrenia.

  O primeiro filho veio, a primeira crise esquizofrênica veio, a primeira agressão também. Boom! O castelo era de cartas, o príncipe seu algoz. Nada poderia salvar aquela mulher, mas ela teria que viver as torturas para poder rir de suas vitórias e viveu. Permaneceu em pé, deu a luz mais quatro vezes. Na última ninhada veio os gêmios, uma benção em muitas fámilias. Nessa eles eram mais duas bocas para comer a farinha quando tinha, as folhas de batata doce quando achavam. Mais duas vidas para somar na miséria. Porque sofrimento dificilmente se divide entre quem não pode fazer nada.

  Não, essa não é mais uma história triste inventada para causar comoção, por isso, não vou entrar em detallhes. Eu me apropriei de fatos que não me pertencem, isso é bem verdade, entretanto, ainda devo respeito aos autores da história que se segue. Enfim, as cinco crianças fugiram do algoz. Passaram fome, frio, sentiram medo, mas por misericórdia do acaso sobreviveram todos. Cada um foi crescendo individualmente ao redor da árvore mãe. Ninguém a deixou sucumbir, assim todos eles foram se reerguendo aos poucos e com muito estudo (porque comer não era uma opção, tal como deixar os estudos também não era). Claro, mãos auxiliadoras apareceram para regar e dar força a árvore mãe, pois os mais novos vieram com sete anos de diferença e precisavam vingar para que eu pudesse contar a história de um deles. Sim, é  por um deles que estou aqui. O último de todos me motivou, a menina.

  Ela nasceu no dia 30 de Agosto de 1992, saudável como tem que ser. Seu irmão nasceu miúdo, veio primeiro e não teve a mesma sorte. Nada aparente. Ele veio ao mundo com um problema intestinal grave que quase  tirou sua curta vida. Sete cirurgias ao longo de sete anos para nunca mais perigar deixar aqueles que o amam, a semente sempre foi forte.

  Mas a garota é quem me interessa, não que ela seja melhor do que os outros, é que só me permiti tomar pra si seus fatos.Quando ela nasceu com a carinha bem pequena e redonda sempre sorrindo todos sabiam que ela seria amorosa. Seu desenvolvimento foi normal, uma menina com pinta de moleque. Já que subir em árvores, muros, pular janelas e soltar pipa só podia ser coisa de menino. Ela era um ''menine'', a mistura dos dois. Sua mãe era dura na queda e lhe trouxe algumas dificuldade, não porque era má, mas porque nunca entendeu aquele jeito.

  A ''menine'' sempre teve um ar independente e na maioria das vezes mandona, porém, sempre extremamente carinhosa. Seu jeito durão, pura faixada. Uma coisa ela tinha clara na mente, se ninguém vê, não existe. Ela não chorava por seus sentimentos, não sentia saudades, não dizia a verdade. Como ela mentia! Pensando bem, como ela inventava. Tudo compreesível. Se as coisas eram chatas e intediantes do jeito que ocorriam porque não reeventar, temperar, apimentar? Nunca foi percebida como a inventora que sempre foi.

  A inteligência ou esperteza lhe trouxeram problemas, entretanto, nada a machucava mais do que sua habilidade para perceber as coisas. Sua sensibilidade a matava. Eu sei que enquanto ela crescia tinha que culpar todos que faziam parte de sua vida. Ora, ela sente-se infeliz, não se entende com ninguém, não se entende consigo mesma, só podia ser difícil aturar-se,logo, culpar alguém era mais 'fácil'. Toda a sua sensibilidade perceptiva a tornava muito diferente porque fazia dela um ser capaz de se conectar com o interior de tudo, mas nunca, nunca deixou que ela se apegasse realmente a nada. Tudo era um estudo, uma ciência a ser aprendida. Sua mente a tinha dominado de vez.

  Falando assim até parece que a garota era um ser de outro mundo, na verdade até era, mas do seu próprio. Bem, diferente do que pode parecer ela não tinha nada de especial e se todos estivessem onde ela esteve diriam que a pequena aprendeu a ser assim. Um homem que ela até hoje ela não sabe se o ama ou amou a insinou em boa parte.

  Ele não era mau, mas estragou tudo. Eu via a felicidade dela ao estar com ele, aquilo era um milagre. Ele a entendia, a ensinava sem castigá-la, era bom, tão bom que a 'menine' se apegou. Seu escudo foi quebrado, sua defesa rompida. Ninguém imaginaria que 'menine' fosse precisar se defender daquilo que finalmente era só seu, o amor dele. Eu poderia dizer que foi tudo tão rápido que quando ela viu não podia mais evitar, mas seria mentira. Era difícil não saber no que a obcessão dele resultaria. Abraços mais fores, mãos incontroláveis, respiração ofegante, quase beijos quase roubados. Tudo isso era muito para a 'menine' agora quase mulher segurar sozinha. Ela fugiu. Correu forte, caiu, quase morreu, morreu e decidiu que amar demais daria em morte.

  A decisão difícil (não conclusão) caiu sobre todos que a cercavam, ou melhor, quase todos. A decisão pesou sobre a família, sobre a raiz, a semente. Ninguém foi capaz de lhe dar proteção, coisa que para ela deveria ter acontecido. Por muito tempo culpou sua origem, se afastou deles. Não queria se apegar nunca mais, foi tornar-se sozinha.

  O fim trágico poderia ser presumido caso não fosse os amigos que a encontraram. Eles tiveram trabalho porque ela sentia frio, fome, solidão, tristeza, tudo em intesidade 100. A necessidade de se apegar a qualquer coisa viva que não fosse sua família era pálpavel. Sua fraqueza emocional permitiu que fosse ferida por seus amigos, por seus falsos amigos e por si mesma. Aceitável. O problema era entrar na vida de alguém assim e não sair com vida. Muitas marcas foram feitas antes que a 'menine' tentasse se levantar. Entre elas uma que eu nunca vou esquecer ,já que estive lá e assisti. Foi a que a mão direta infligiu sobre o pulso esquerdo. Sumiu. Não tem cicatriz, mas eu ainda a vejo lá. Todos os fantasmas que ela não vê mais eu os tenho trancado e me ponho de guarda, eu estarei lá. Aprendi e aceitei que ela também tem a mim.

  Hoje, depois de compreender que as pessoas se vão porque a vida é grande e não somente por abandono. Depois de compreender a relevância de se apegar, de ser de algum lugar. Depois de aceitar que tristezas acontecem e sempre aconteceram e acontecerão. Depois de entender que após amar e ser desamada, só resta desamar e amar novamente. Depois do depois só tem o agora e o agora é viver. Depois disso tudo e mais um pouco, ela aprendeu o que me ensinou. De tudo só o que vale é quem fica e quem fica são todos aqueles que fizeram você ser quem é.

  Hoje 'menine' se recusa a não deixar que se apeguem a ela por suas limitações impostas por si mesma. Hoje ela tenta, hoje ela quer e amanhã ela será tudo o que um dia quis ser.





Rafa, ainda penso em você todos os dias. Obrigada por me ouvir.
 


 


















quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sou fera, sou bicho, sou anjo, sou mulher...

É  possível que de tanto passar por um caminho levando um saquinho com sementes de jasmim, que algumas tenham caído sem que eu tenha percebido? É possível que tenham sido regadas com meu suor? Pouco provável, mas possível porque deu flor, cresceu vida.

Essa metáfora ilustra amizades inesperadas, coisa que eu tenho vivido ultimamente. Pessoas que entraram na minha vida para definitivamente me salvar. 


Um dia sem chegadas ou despedidas os encontrei. Eles já estavam lá, cada um em sua posição para impedir que eu caísse e eu os amei por isso.Meus juramentos e promessas em nome dos que já foram emocionalmente foi perdoado pelo frescor das novas amizades. Estou livre dos meus fardos, da minha cruz, dos meus fantasmas. Na teoria. Mas isso não vem ao caso. Todos sabem que esquecer é um processo, porém, se fastar é o começo inevitável dessa jornada.

Enfim,

Sentada no banco sozinha me pus a chorar
Chorar pelos amigos, amores e sabores
Tudo a mesma parte de diversas dores
Todas vindas do peito magrelo, do soluço amargo, da mágoa truncada

Sentada no banco...
Quem é você? E você ? E você?
Nós somos nós
Todos a mesma parte de alguém
Somos você e você nós

Sentados no banco eles e eu
Todos uma parte de uma mesma cor
sem magrelo-soluço-truncado
Sem mágoa da dor amarga

e.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Meu mundo e nada mais

Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...
Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...
Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...
Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...
Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...

Guilherme Arantes

REHAB

É quando a cortina fecha e a luz é apagada no picadeiro que o palhaço faz a festa. Mas uma hora a maquiagem borra e mais a frente a maquiagem saí. Fim do show. Esse palhaço está deixando os palcos, está encerrando sua apresentação.

Agora eu sou qualquer um. Vou para a rua andar de cara limpa, vou me olhar no espelho até saber quem sou. Vou deixar meu último abraço, meu sorriso de pintura. Estou descendo do tablado porque quando a vida não se encaixa, quando a música não acompanha, mais vale viver de esperança.

Sou grata por tudo aquilo que de fato eu tenho, por isso escrevo pra vocês. De todo o meu show só os olhos sempre falaram a verdade, me reconheçam então. Quando nada parece ser para você é momento de construir tudo outra vez.

Com tudo o que ainda resta sobre amar, eu amo vocês.

e.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

De grão em grão essa amizade

Retiro o que pensei em tudo o que não disse
Se não foi doce não foi digno
Retiro tudo o disse e não pensei
Eu não tinha visto você ali

Foi assim que começou a inimizade
Você sentada de costas pra mim
Foi assim que terminou em amizade
Você sentada ao meu lado me fazendo sorrir

Eu não suei, eu não estive lá, não me importei
Eu mudei
Aceitei-te aceitando-a
Sem te entender

Aí como doí!!!

Essa dor está me matatando. Ela vem de dentro e explode na boca, é como se estivesse me rasgando de dentro para fora. Eu não posso chorar, nem gemer, nem comer, nem falar. Aí Deus, isso vai me matar! O pior é saber que será multiplicada em quatro. Pronto, vou enlouquecer. 

Começou repentinamente, eu não sabia que seria assim. Um dia eu acordei e lá estava ela me paralisando, acho que vou me drogar. Qualquer sintético bem forte que seja capaz de expulsá-la porque eu já disse como está difícil não poder chorar, nem gemer, nem comer, nem falar. O pior é saber que eu não posso fazer nada, só aceitar e curtir essa dor esmagadora. Se com um siso é assim, imagina com os outros três que ainda estão por vir.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

     Acabo de crer que a vida foi extremamente cruel por não cruzar nossos caminhos. Ela realmente tinha que chocar um contra o outro? Podia jurar que vi você indo para a esquerda enquanto eu virava para a direita. Eu e minha mania de me enquadrar. Ainda consigo te acompanhar com os olhos, a gente se vê...

    Pensando bem... não quero que vá. Sinto o desejo de abraçar uma boa amizade. Você me acha estranha? Diferente? Minhas doenças são raras. Todas elas eu mesma inventei e para a maioria não existe cura criativa que as tire de mim. Vale a pena correr um alto risco, pois quem pode dizer que não são contagiosas? Sinta-se em casa porque minha vida está aberta pra você. Quer sentar? Chá ou café?